terça-feira, 13 de maio de 2008

É de verdade?

O que é a realidade?
De acordo com o dicionário, trata-se da qualidade do que é real, verdadeiro, o que existe de fato, objetivo e certo.

No domingo me coloquei diante da televisão para... Hum... Eu ia dizer "para ficar melhor informada sobre os acontecimentos do mundo", mas a intenção não foi essa, até porquê, eu sabia que aos domingos, em horário nobre, naquela emissora não havia muita promessa de informação. Se me recordo bem, sentei lá para ficar onde a população da casa estava (rs).
Na TV passava um quadro que, segundo os comentários na sala, mostrava a realidade da vida conjugal. A historinha de domingo mostrava uma esposa inteligente, um marido bruto e insensível, filhos incompreensíveis, casa bagunçada, desordem, adultério, falta de diálogo, infelicidade, exaustão, falta de referencial... Enfim... Falta de Deus. Quiseram me convencer de que estávamos diante da TV assistindo a reprodução da realidade.
“Mas isso aí é o que acontece em 80% das casas. É a realidade.”

Fiquei a pensar em todas as situações que eu vivo, que se apresentam, que contemplo na vida de pessoas próximas ou mesmo no noticiário. Me questionei sobre o que é a realidade, o que é o ideal, os porquês que poderiam dar respostas a tantas dimensões vividas, ao mesmo tempo, em condições tão distintas e às vezes injustas.
Pensei no aborto, na família, nas escolhas que as pessoas têm feito. Logo me lembrei dos discursos retóricos de quem defende a morte, ou dos disfarces de quem omite a vida. Pensei nas desculpas esfarrapadas que eu mesma me dou para Deus ao justificar os meus nãos. Minha fuga do que é essencial e tentativa de convencer o espelho de que dá para enrolar mais um pouquinho para ser diferença na vida dos outros.

Lembrei da fala "inteligente e racional" de quem trata a vida como um embaraço ou um risco à saúde pública. Quanto desperdício de energia!
Mas o que é a realidade? Seja lá o que for, a realidade não é relativa. Não depende de quem a vê, de quem a vive. Não depende do que eu escolho. A realidade, como qualidade do que é Verdade, não é tão mutável como se pensa. Não muda de acordo com as tendências da moda ou com a cultura de cada região.

Só sei que esta não pode ser contemplada por olhos meramente humanos. Tem que ser a partir do olhar de Deus. Foi o que partilhou o Moysés¹. “Se a gente olha para o mundo com o nosso olhar, não somos capazes de ver futuro e sentido em nada. Tudo é uma loucura”, disse ele.
A nossa tendência é, muitas vezes, querer humanizar o que é divino e não o contrário, assim, nós nos esquecemos que Jesus é Deus e Homem. Inteiramente Deus, inteiramente Homem.

Nós que precisamos ser santificados, Deus já é Santo. Nós que precisamos aprender o que e sobre a vida, Deus é o Autor da Vida. Aprender de Deus, com Deus. Ele que é a fonte de toda a nossa formação, santificação e conheciment e não qualquer um que leu uma dúzia de livros e escreveu uma tese, deu entrevistas ou ganhou prêmio de revista científica.

Essa semana eu ouvi alguém falar sobre a proibição da marcha da maconha: "As pessoas têm que ser livres para se expressar". Realmente, eu concordo. Só não concordo que essa expressão, tão poética e defendida por alguns grupos, seja em apologia a uma cultura de morte. Não será a morte só de quem está marchando, mas de muitos outros.
Quem defende a liberdade de expressão independente de suas conseqüências me parece surdo e cego diante do quadro de guerra que se encontram alguns estados do país. Qual o motivo? As drogas [além da falta de tantas outras coisas, essencialmente, de Deus].
Hoje, por exemplo, saiu no jornal a notícia de que uma mãe foi assassinada a tiros na frente dos dois filhos no interior de São Paulo. Motivo: Tráfico de Drogas. Quem estava traficando? Ela? Não. Segundo informações da polícia, um sobrinho². O fato é: Não me interessa quem trafica, quem usa, quem deixa de usar, quem apóia ou desapóia. Me interessa as vidas perdidas, vidas - que ao meu ver não se classificam inocentes ou culpadas - mas vidas.
Vida dos meus irmãos, vidas dos jovens do mundo inteiro, dos pais desses jovens, vida das famílias, vidas! Vidas que talvez nem conheceram a verdadeira alegria, o sentido, os sabores e cores do existir. Vidas que, porventura nem conheceram a Jesus.

Isso que vemos hoje é a realidade? Não. Não é a realidade porque não é o plano de Deus que se concretiza. Não é real porque não é verdade.
E a culpa é de quem? Também não me interessa. Me importa fazer a diferença, hoje. Mesmo que seja dentro da minha casa, na minha rua, na minha cidade.
Me acalma e me deixa segura saber que não são os meus esforços, minha boa vontade que farão essa diferença, mas a minha adesão à Jesus Cristo, minha entrega, minha vida perdida na Vida dEle.
Realidade? O pensamento de Deus a respeito da humanidade, essa sim é a realidade a qual devemos perseguir.
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¹ Moyés Louro Azevedo - Fundador da Comunidade Católica Shalom.
² Mãe é assassinada na frente dos dois filhos - O Estado de S. Paulo (13/5/2008)
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Shalom!
;-)

8 comentários:

Unknown disse...

O Mundo hoje está é Irreal, o que se vê demoramos para acreditar, para mim não existe nem realidade definida, td tem um pouco de escuridão, e o pior é q todos estão se acostumando com o caos! Nós temos q ser a diferença... Muito bom o post! Abraços! Léo

Anônimo disse...

Vamos ser a diferença!
Q Deus te abençoe, linda!
Bjs
Letícia

Taís Matos disse...

Lindo, lindo, minha amiga.

O mundo em que vivemos tem me dado medo! Toda vez que assisto ao noticiário, me dá uma sesação ruim?Onde será que tudo isso vai dar?
=/

Beijo querida
Amanhã o pão de queijo está de pé?

;*

Peter Shaws disse...

E tudo isso porque tantos convenientemente "se esquecem" de que são pequenos e acham que podem arbitrar suas próprias vidas em tudo como bem entendem.

Conveniência e egoísmo, eis dois grandes culpados. Como humanos, realmente não devemos apontar de quem é a culpa; mas certamente podemos apontar do que é. Anunciar e denunciar, amar o pecador e detestar o pecado, eis nossa missão de profetas. Falar e não calar — "ai de mim se não o faço!"

Aliás, também me ocorre que não pode mesmo ser coincidência que a Andréia Zanardi cante

"O mundo está morrendo de sede,
o mundo está com sede de Deus
Eu quero água viva, eu quero água viva do céu"


... e que a Rebecca St. James, lá na Austrália, cante também

"There's no time to lose
We can't be silent
In a world that is dying to find out the truth
We've got the hope
We've got the answer"


Povo de Deus no mundo inteiro, à Messe!

Anônimo disse...

Querida Amiga.... Há algum tempo vem deixado de tentar ficar na frente da TV nestes canais abertos, definitivamente não nos traz nada de bom. Feliz aquele que pode assistir na TV a Canção Nova e a Século XXI, ali sim você tem informações do mundo e principalmente das coisas de Deus.
Mas não podemos desanimar e tentar evangelizar sempre onde estivermos não só com palavras mas também com nosso testemunho de vida.
Fica Deus, sinto muito sua falta.
Beijos
Sandra "Regina"

Unknown disse...

Saudades de ti, minha querida....
Com todo meu amor,

Márcia.

Anônimo disse...

Narlla, nunca havia lido seus textos....até mesmo por que quando tinha internet, o acesso era bloqueado. Hoje me deparei com um texto gostoso de ser lido, tanto pelo conteúdo quanto pela redação. Que no teu caminhar Deus revele-se pelas tuas letras de maneira simples, mas do jeito que ele mandar.
Nos acostumamos com tudo e dá muita preguiça mudar....vamos deixar a "realidade" assim então? Cabe a cada um de nós perceber que nos falta algo. Amor quem sabe. Pronto... eita palavrinha que muitos a complicam, mas revela Deus muito forte pra mim. Pronto.... eita "palavrão" que é assim 4 silabas, 4 e nada mais!!!! O que me importam as silabas se posso sentir quem as possui.

Anônimo disse...

Muito bom o texto!!
Como Shalomitas que nossa vida seja cada vez mais testemunha concreta do amor de Deus nesse mundo tão sofrido.

Beijos
Shalom
Pati