segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Belíssimo Esposo

Beijo a tua paixão, com a qual fui libertado das minhas más paixões.
Beijo a tua Cruz, com a qual condenaste o meu pecado e me libertaste da condenação à morte.
Beijo aqueles cravos, com que removeste o castigo da maldição.
Beijo as feridas dos teus membros, com que foram curadas as feridas da minha rebelião.
Beijo a cana com que assinaste o atestado da minha libertação e com que feriste a cabeça arrogante do dragão.
Beijo a esponja encostada aos teus lábios incontaminados, com que a amargura da transgressão me foi transformada em doçura.
Tivesse podido eu degustar aquele fel, que dulcíssimo alimento não teria sido!
Tivesse podido eu tomar o vinagre, que bebida agradável!
Aquela coroa de espinhos teria sido para mim um diadema régio.
Aquelas zombarias ter-me-iam ornado como sinal de profundo obséquio.
Aquelas bofetadas ter-me-iam glorificado como o prestígio mais alto.
Eu te beijo, Senhor, e a tua paixão é o meu orgulho.
Beijo a lança que dilacerou o documento da minha dívida e abriu a fonte da imortalidade.
Beijo o teu lado do qual jorraram os rios da vida e brotou para mim o rio perene da imortalidade.
Beijo a tua mortalha com que me adornaste, tirando-me minhas vestes vergonhosas.
Beijo o preciosíssimo sudário de que te revestiste, para envolver-me na veste dos teus filhos adoptivos.
Beijo o túmulo no qual inauguraste o mistério da minha ressurreição e me precedeste pela estrada que sai do abismo.
Beijo aquela pedra com a qual me tiraste o peso do medo da morte.
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Oração de Jorge de Nicomedia, monge bizantino que viveu no séc. IX, na atual Turquia.
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 Comunidade Católica Shalom - Belíssimo Esposo

sábado, 23 de agosto de 2008

Começar do começo

Ou recomeçar? Ou, mais uma vez, voltar e partir da partida?
Loucura, loucura... Hoje é tempo de rever, de, novamente, parar e voltar para a raiz. Coisas que teoricamente são, porém, necessariamente, não são.
Rezar é entrar de cabeça no mistério do tempo divino, é mergulhar na imagem de Deus refletida em mim, é acolher com serenidade o que eu sou dentro do outro e o que eu sou, sob a perspectiva divina, dentro de mim mesma.
O primeiro lugar?
Só no coração de Deus...

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"[...]tempo para nascer, e tempo para morrer; tempo para plantar, e tempo para arrancar o que foi plantado;"
Ecle 3,2

domingo, 10 de agosto de 2008

Deus...

É o Amor incansável, Amor inseparável, Amor que sustenta, que mostra a verdade, que acolhe, revela, recria, impulsiona. É assim que O percebo em minha vida...
Deus é o Amor mais encorajador que eu já conheci! É aquele que me leva de volta para a barca, que acolhe a minha teimosia, meus passos errados, minha incoerência, minha luz e minha escuridão. É Ele que me revela o que é intempestivo diante de um momento de cruz que antecede uma ressurreição. Deus é o Amor que me faz ficar, permanecer, mesmo quando tenho oportunidade e motivos para partir e gastar tudo... Deus é a minha esperança.
Por me chamar de amiga, Ele me dá a conhecer Sua Vontade e, misteriosamente, me convida a não desistir de mim e a não me esquivar do que é mais difícil, confuso, escuro, aquilo que custa... Deus é um Amor que não se cansa, que não descansa¹, que salva a minha vida dos pequenos projetos da minha inteligência me inspirando sonhos grandes, humanamente, irrealizáveis. Deus é aquele que coloca em mim o desejo de desejar o que Ele sempre sonhou para mim². Deus é bom...
Deus é Fiel...
Ele é justo... Deus sempre insiste em me fazer feliz...
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[1] "A alma que caminha no Amor não se cansa, nem descansa" - São João da Cruz
[2] "Deus me faz desejar aquilo que Ele sempre quis me dar" - Santa Teresinha do Menino Jesus
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Um carinho especial para o meu pai, Sales. O pai mais corajoso desse mundo!